segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Virtudes...Diligência

Diligência

O oposto da preguiça é a diligência, é ação, execução, realização. Só que ser diligente não elimina o pecado, porque fazer as coisas correndo para acabar logo, mas empurrando os detalhes com a barriga, também é preguiça. Como você vê, diligência e preguiça passeiam lado a lado e vez ou outra podem se dar as mãos. O ideal é tirar proveito do encontro entre o pecado e a virtude para não pesar nem de um lado nem do outro. Em Os Sete Pecados Capitais, o filósofo espanhol Fernando Savater afirma que “a diligência excessiva e compulsiva leva ao estresse, que bloqueia e paralisa”. Para bom entendedor, meia palavra basta: cuidado no exagero da ação. Por outro lado, se a preguiça é o oposto, como é possível se valer dela? “A preguiça foi o motor das grandes conquistas do progresso. Quem inventou a roda, por exemplo, não queria caminhar mais”, diz o escritor e humorista argentino Roberto Fontanarossa. Pode parecer piada, mas ele tem razão. Para facilitar a vida, o homem, movido pela lei do menor esforço, inventou muitas coisas para seu conforto – e aqui entendemos o lado positivo da preguiça. O problema é quando ela se instala na vida. “É preguiçoso quem renuncia a seus deveres com a sociedade, com a cidadania, quem abandona sua própria formação cultural. A pessoa que nunca tem tempo para ler um livro, para ver um filme, para prestar atenção no pôr-do-sol. Aquele que tem preguiça de converter-se em mais humano”, escreve Savater. O pulo do gato é ser ativo no momento certo – sem se tornar um workaholic que acaba com sua vida pessoal e social – e saber parar e se jogar no sofá sem culpa, assumindo que naquele dia você não está nem aí para o pôr-do-sol, embora saiba que apreciar o sol poente vale muito mais que um montão de coisas na vida.

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